Cobiçado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, o senador Rodrigo Pacheco (PSD) fez um discurso de pré-candidato nesta quinta-feira (11 de junho), em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Em cerca de 30 minutos, Pacheco fez críticas veladas ao governador Romeu Zema (Novo) e defendeu a reconstrução do Estado.

Após Zema, que é pré-candidato à presidência, relativizar a Ditadura Militar (1964-1985), Pacheco ressaltou que a existência do período é “inegável”, em que “pessoas foram torturadas e assassinadas”. O senador fez as críticas veladas ao governador ao elogiar o ex-presidente eleito Tancredo Neves (1910-1985), que, segundo Pacheco, morreu após lutar justamente pela redemocratização do país. 

De acordo com Pacheco, o Estado de Minas Gerais, que já deu ao país Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves e Itamar Franco, não pode se contentar com “política feita por videomaker, Tik Tok e redes sociais”. “O populismo, a demagogia e a lacração de rede social têm tornado a política cada vez menos expressiva e resolutiva para a vida das pessoas”, criticou o senador. 

Para o ex-presidente do Congresso Nacional, a política de Minas Gerais atravessa um momento de “decréscimo” e de “quebra de liturgia”, o que ele atribuiu a “movimentos antipolítica” e “negacionismo”. “Essa negação é fomentada sobretudo pelas redes sociais, que, sem limites, se torna uma liberdade de expressão irresponsável”, disse ele, um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) chegar ao entendimento pela regulamentação das redes sociais. 

Ao defender que o Estado de Minas Gerais seja reconstruído, Pacheco ainda se referiu às estradas e à logística. “Nós temos que melhorar urgentemente a autoestima do Estado de Minas Gerais. Isso se faz com a política. Não é com a negação da política, da ciência ou da história de Minas. Gostaria de invocar para que estejamos unidos na reconstrução do Estado”, afirmou o senador, antes de concluir o discurso. 

Antes de encerrar, Pacheco, que não havia discursado mais cedo, em Mariana, elogiou Lula. “A despeito das críticas que ele recebe - e todos nós devemos aprender a conviver com elas porque somos pessoas públicas -, absolutamente ninguém pode negar: é o presidente da República que mais se ocupou de defender as pessoas pobres”, apontou o senador, que se referiu ao discurso do presidente na agenda anterior como o mais “extraordinário” que viu.

O senador também agradeceu a Lula por tê-lo visitado ainda durante as eleições de 2022, quando era criticado pelos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu tenho o orgulho de falar que fui presidente do Congresso Nacional que deu posse para Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República”, disse Pacheco.

O ex-presidente do Congresso Nacional foi saudado como “Ô, ô, ô, Pacheco governador” pelos prefeitos que estavam presentes logo quando foi anunciado pelo cerimonial. Como já mostrou O TEMPO, ao menos 31 faixas agradecendo o senador, assinadas por prefeituras, foram penduradas em gradis das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas), onde aconteceu o evento da presidência da República.