A ausência do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), nas agendas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alvo de críticas da comitiva que acompanhava o presidente em sua quinta agem pelo estado. Enquanto na manhã desta quinta-feira (12 de junho), os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Saúde, Alexandre Padilha, alfinetaram o chefe do Executivo mineiro em Mariana, no período da tarde, em Contagem, foi a vez do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil, Paulo Teixeira, de criticar Zema. O senador Rodrigo Pacheco (PSD), apesar de não citar nomes, também deu indiretas ao governador de Minas.

Em sua fala, o ministro Paulo Teixeira relembrou a agenda que o presidente Lula teve pela manhã, em Mariana. Na ocasião, o governo federal anunciou obras e investimentos custeados com recursos do acordo de repactuação pelos danos do rompimento da barragem de Fundão. Teixeira disse que estranhou a ausência de Zema no encontro.

“Que coisa é essa dele não estar presente onde está o povo daquela região que tanto sofreu? Ele podia estar lá prestando contas, como fez o presidente Lula, de seu governo, mas não esteve lá e não está aqui em um evento republicano, com tantos prefeitos. Então, tem gente que gosta da política de gente, e tem gente que gosta da telinha, não é isso? E eu espero que a gente continue a escolher gente que gosta de gente, e não de casca de banana”, disse, reproduzindo uma alfinetada feita mais cedo por Rui Costa. 

Nesta quinta, Zema cumpre agenda em São Paulo, onde cederá uma entrevista a um veículo paulista. Tanto em Mariana quanto em Contagem, não houve representantes do Governo de Minas.

O senador Rodrigo Pacheco (PSD), almejado por Lula para concorrer ao Executivo mineiro em 2026, também deu indiretas ao governador Zema. Apesar de não citar, diretamente, o nome de Zema, Pacheco, em um discurso de cerca de 27 minutos, falou sobre o cenário político atual, citando “tempos difíceis” de negação e afirmando que a ditadura militar foi “inegável”, ao lembrar de diferentes figuras mineiras que defenderam a democracia.

“Um estado que deu para o Brasil Tancredo Neves, que foi o indutor da redemocratização, para que tivesse democracia no país após um período de inegável ditadura militar, em que pessoas foram perseguidas, assassinadas, torturadas.” Pacheco também criticou o que chamou de política feita por “videomaker de Tik Tok”.

Recentemente, o governador Romeu Zema, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, afirmou que a ditadura militar no Brasil seria uma “questão interpretativa”. Zema é cotado para concorrer à presidência da República em 2026.