A Polícia Militar volta a assumir a segurança dentro dos estádios de futebol de Minas Gerais, em uma aposta das autoridades para conter a violência nas arenas. A corporação fazia esse serviço até 2012, quando a atribuição foi reada a empresas de segurança privada.
De acordo com o governo estadual, os militares não atuarão em todos os jogos, mas apenas nas partidas de risco alto ou crítico.
A presença dos militares nas arenas tem o poder de inibir atos violentos por meio da força policial, desde que haja capacitação dos agentes que vão exercer essa função. O estádio de futebol é um ambiente peculiar, com uma multidão envolvida pela paixão clubista. A falta de preparo dos agentes do Estado pode resultar em excessos.
Falta ainda esclarecer quem vai arcar com os custos do serviço de segurança realizado pela PM nos estádios. A reportagem de O TEMPO apurou que cada partida custaria entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão. A ideia é que nem as arenas, nem os clubes arquem com a despesa. O investimento valerá a pena se a atuação dos policiais inibir a violência, protegendo a vida dos torcedores e demais envolvidos no espetáculo, sem violar direitos humanos.</CW>
A volta dos militares aos estádios deve ser vista como parte de um protocolo de segurança que envolve outras medidas, incluindo o monitoramento por imagens e a realização de revistas pessoais no o às arenas.
O mesmo investimento dentro dos estádios deve ser direcionado ao combate à violência em toda a cidade em dias de jogos, principalmente nas partidas que envolvem grandes rivalidades. Os casos mais graves ocorrem, na maior parte das vezes, em locais distantes do estádio.
Os ataques geralmente são articulados pela internet, deixando rastros que podem abastecer a ação preventiva das polícias. A inteligência policial deve agir no sentido de se antecipar aos confrontos.
A violência no contexto do esporte merece, sim, ser tratada como caso de polícia. A pessoa que veste uma camisa de time para praticar o mal não a de um criminoso.